Como a Inteligência Artificial afeta nossas vidas? Para saber isso, nada melhor do que debater a IA em ação, aprofundando um pouco sobre alguns conceitos e práticas essenciais para poder lidar com uma das principais ferramentas da Revolução 4.0.
A Conquer, plataforma de aprendizagem profissional, disponibilizou recentemente o curso “Inteligência artificial: eleve sua produtividade e acelere sua carreira”. O curso tem a participação de importantes profissionais da área.
O conceito de Inteligência Artificial (IA), de modo direto, é a “capacidade de sistemas computacionais imitarem as funções cognitivas humanas”, particularmente de aprendizagem e resolução de problemas. A evolução da IA remonta aos estudos de Alan Turing, matemático e cientista inglês. Em 1950, ele criou o “Teste de Turing”. O teste é utilizado ainda hoje para comparar o desenvolvimento da IA em relação às capacidades cognitivas humanas. Basicamente, a IA funciona com dados, redes neurais ou algorítimos, e respostas. Entre as principais IAs, estão o ChatGPT, o Gemini e o Copilot.
Antes de entrarmos de cabeça nos principais tópicos práticos do curso, vale deixar de lado aquele medo da IA para entender que ela é uma ferramenta poderosa que vem a somar com todo o conhecimento que as pessoas possuem de seus próprios negócios. Em outras palavras, o uso da IA pode agregar valor aos negócios. Isto é, agregar valor ao maximizar a produtividade e na oferta de bens e serviços aos clientes.
Com isso, adentramos ao universo da IA cientes de que a vivência humana, o conhecimento de mercado e o julgamento subjetivo e crítico sobre dados de performance são insubstituíveis. Porém, todos são potencializados caso se unam às ferramentas de IA.
Lidando com os “prompts“
Mas vamos lá! A primeira lição da IA em ação é entender e saber lidar com os chamados “prompts”. Prompts, do inglês, significam comandos ou instruções. No contexto da IA, significa “instruções que geram a ação da IA e guiam as respostas”. É o modo como você se comunica com a ferramenta de IA. Há cinco fundamentos para criar bons prompts. São eles:
- papel, ou seja, vamos definir o papel que a IA vai cumprir na resolução do problema, como, por exemplo, imagine…, atue…, pretenda…;
- ação, ou seja, vamos direcionar a ação desejada e esperada pela IA, como, por exemplo, organizar uma lista…, preparar um resumo…, apresentar dados…;
- contexto, ou seja, vamos informar à IA dados relevantes que possam influenciar a resposta, como, por exemplo, dados de vendas, informações sobre a situação entre outros;
- intenção, ou seja, é preciso dizer à IA qual o resultado esperado pela interação com a ferramenta, como, por exemplo, ideias sobre novos produtos, perspectivas de crescimento no mercado entre outros; e
- formato, ou seja, é preciso explicitar o modo como se pretende receber o resultado da interação, como, por exemplo, texto, tabela, apresentação entre outros.
Os cinco fundamentos acima formam o acrônimo PACIF. Podemos reduzi-los em três “hacks”, ou truques, para a sua utilização. São eles: identificar o problema, utilizar dados do problema e considerar questão subjetivas. Nesse caso, há que se levar em consideração alguns fatores subjetivos na utilização do PACIF, a saber, preferências individuais, valores culturais e perspectivas éticas.
Assim, uma vez que está clara a importância do uso dos prompts, vamos ver como a IA generativa ajuda a impulsionar a produtividade e a potencializar a criatividade.
Impulsionando a produtividade com IA
Atualmente, a IA tem sido efetivamente usada para impulsionar a produtividade em algumas atividades. Entre elas estão construir textos mais assertivos e de maneira mais ágil, tornar reuniões mais produtivas e automatizar tarefas repetitivas.
Textos mais assertivos e de maneira mais ágil
Em relação à textos mais assertivos e ágeis, vale destacar que a IA ajuda na transmissão de ideias de modo mais claro, conciso e assertivo. Aqui, os prompts entram em ação de quatro modos:
- encontrar ideias para os textos através de tópicos, argumentos e exemplos relevantes de modo que, conforme se altera essas três variáveis, textos diferentes são produzidos;
- organizar a estrutura do texto, pela qual sugere-se uma sequência lógica para tópicos e sub-tópicos;
- escrever de forma clara e concisa, ou simplificar conceitos complexos para públicos diferentes, entre especialistas ou leigos; e
- escrever em diferentes estilos e adaptar o tom e a linguagem ao público-alvo, podendo ser uma linguagem não técnica e um tom de confiança, por exemplo.
Além disso, é possível incluir uma quinta instrução muito útil. Ou seja, a revisão gramatical e ortográfica de textos, focando em tempo verbal, estrutura das frases e erros de digitação. Porém, preste atenção, pois uma revisão à olhos humanos é sempre essencial uma vez que a IA pode deixar passar alguma coisa.
Nesse caso, é possível recorrer às principais ferramentas de IA. Contudo, há IAs segmentadas para o trabalho específico com a produção de textos. São elas: a Writesonic, com prompts personalizados para diferentes estruturas ou “templates” de textos destinados a escrita de artigos, textos para LinkedIn, copywriting entre outros, e a GravityWrite, outra IA especializada em escrita, mas com uma maior variedade de possibilidades para a criação de textos, como a descrição de cargos para a área de RH, email comunicando evento ou decisão aos colaboradores entre tantos outros.
Tornar reuniões mais produtivas
Para começar, uma pesquisa da Slack, de 2023, apontou que gastar mais de 2h por dia em reuniões impacta negativamente na produtividade individual. Além do mais, a pesquisa também mostrou que quem tem a agenda com muitas reuniões durante o dia acaba deixando de lado tarefas diárias importantes. A IA pode ajudar e muito os trabalhadores do conhecimento nessa hora.
Uma ferramenta de IA segmentada para as atividades de reuniões é a Tactiq. Trata-se de uma poderosa ferramenta para transcrever e resumir automaticamente as reuniões diárias. Uma outra ferramenta de IA para reuniões é a tl;dv. Ambas são ótimas ferramentas de auxílio para as reuniões. E são compatíveis com algumas das principais ferramentas de video-conferências, como Meet, Zoom e Teams. A tl;dv tem certos atributos que a torna especial, isto é, a capacidade de fazer anotações durante a reunião e resumo ao final da reunião.
Assim, ambas as ferramentas tornam as reuniões mais produtivas e facilitam a busca por informações do que foi conversado.
Automatizar tarefas repetitivas
Por fim, as ferramentas de IA contribuem para transformar trabalhos repetitivos em eficiência. Novamente, com o auxílio da IA, é possível focar naquilo que realmente importa no dia a dia. Entre as ferramentas, a Bardeen é uma ótima opção para ajudar com diversas atividades. Trata-se de uma “extensão que usa IA e gatilhos automatizados para criar fluxos de trabalhos personalizados”. Ou seja, ela elimina as tarefas repetitivas.
Entre os principais recursos dessa ferramenta, destacam-se a automatização e organização de emails, a criação de listas de tarefas, o agendamento de reuniões e envio de convites automáticos, o gerenciamento de projetos e acompanhamento de prazos, a criação de notas e lembretes, e a automatização de publicação em redes sociais.
Potencializando a criação com a IA
A IA também tem sido efetivamente usada para potencializar a criatividade em algumas atividades no ambiente de trabalho. Entre elas estão a geração, priorização e seleção de ideias, a análise de dados visando insights criativos, a criação de imagens e vídeos, e a montagem de apresentações e relatórios de vendas.
Gerando, priorizando e selecionando ideias
A IA é uma ferramenta que podemos utilizar para superar os bloqueios criativos, inclusive da tomada de decisões, e ajudar a encontrar ideias que agregam valor ao negócio. Com efeito, há pelo menos três utilizações práticas da IA na geração de ideias. São elas:
- a diversidade de ideias: a IA pode gerar muitas respostas sobre um determinado assunto, como, por exemplo, um prompt para gerar 20 títulos sobre um artigo resumindo os principais pontos do curso sobre IA da Conquer 🙂 (Este artigo não foi gerado com a ajuda da IA);
- imaginação inteligente: diante da apresentação de uma situação ou problema complexo, a IA pode estruturar ideias e criar soluções que auxiliem na tomada de decisão, como, por exemplo, a geração de ideias para a resolução de um determinado conflito entre liderados e liderança; e
- criação de analogias: é possível comandar a IA para criar ideias que estimulem a aprendizagem e a própria criação de ideias nas pessoas através de analogias, como, por exemplo, analogias para explicar algum tópico aos alunos de Administração que estão fazendo Iniciação Científica sobre neuromarketing.
No que diz respeito a priorização das ideias, vale, novamente, a experimentação com prompts para alcançar isso. Por exemplo, comande a IA para gerir ideias para impulsionar a criatividade do time de vendas. Posteriormente, comande a IA para classificar as ideias com maior potencial de eficácia para os resultados do negócio. Por fim, selecione as três principais ideias e explore-as em mais profundidade.
Uma boa ferramenta nesse processo é a Ideamap.ai. Ela ajuda a mapear ideias através de uma interface visualmente agradável e colaborativa. Com ela, é possível realizar braistorming, análise de dados, inclusive análise SWOT, e sugestões baseadas em algorítimos.
Análise de dados e insights criativos
No contexto da IA, a análise de dados é o processo de coleta, armazenamento, limpeza e interpretação de dados para a geração de insights. Desse modo, a IA generativa é uma grande aliada aqui, e não substitui a capacidade humana de análise de dados.
Assim, para uma eficaz análise de dados com o auxílio da IA, utilizamos prompts para identificar padrões, prever resultados, agrupar dados e gerar insights. Através do PACIF, estabelecemos um prompt determinando o papel, a ação, o contexto, a intenção e o formato da análise de dados. Com efeito, um exemplo poderia ser: (papel) imagine que você – IA – é uma analista de dados e precisa (ação) gerar dados sobre (contexto) as vendas da empresa, com colunas e linhas – tabela, para (intenção) insights sobre as tendências de compra e consumo do mercado (formato) no período de 12 meses, considerando, especialmente, o produto X.
Aqui, o Power BI, da Microsoft, é uma ótima opção de ferramenta devido a sua capacidade de conectar diretamente com o Excel, trabalhar com grande volume de dados e criar gráficos interativos. E o Qlik Sense que, apesar de não se conectar com o Excel, possui a capacidade ímpar de gerar gráficos para potencializar o “data storytelling“, isto é, contar histórias envolventes a partir dos dados fornecidos.
Criação de imagens e vídeos
A utilização da IA generativa para a criação de imagens funciona a partir da descrição textual da imagem que queremos criar. Ao receber o prompt, a IA busca imagens no banco de dados e cria a imagem personalizada.
Geralmente, essa imagem personalizada será utilizada nas redes sociais, na apresentação de slides, em banners, folders etc. Entre as IAs de geração de imagens estão o Microsoft Designer e a Cleanup Pictures.
Para os vídeos, é possível pensar em três modos diferentes de IA generativa. O primeiro, são os vídeos com animações, narrações e músicas criados a partir de textos, como o Fliki e o Elai. O segundo, são as ferramentas de edição de vídeo, utilizadas para fazer automatizar algumas tarefas, como cortes, edições e transições. Por fim, as ferramentas de criação de animações.
Montar apresentações
Provavelmente a maioria de nós já gastou muito tempo criando e montando slides. A Gamma é uma ferramenta poderosa para montar apresentações a partir de textos ou arquivos. Essa ferramenta potencializa a estrutura, o conteúdo e o visual das apresentações. Além disso, uma dica importante é incluir no prompt o público-alvo e o tom de voz da sua apresentação, como informativo, participativo ou informal.
Conclusão
Como vimos, a aquisição de competências e habilidades para lidar com a IA pode impulsionar a produtividade e potencializar a criatividade no seu dia a dia de trabalho. No próxima artigo, veremos como a IA pode ajudar a fazer a sua carreira decolar.