Pesquisa apontou que novas fontes de stress começam a ser sentidas pelos funcionários enquanto o stress relacionado à COVID-19 começou a diminuir.
A 4ª edição da pesquisa realizada pela Headspace Health, intitulada “Atitudes dos trabalhadores em relação a saúde mental”, já está disponível. Nesta edição, de 2022, o tema é, Da grande renúncia… para o grande inspiração. E aborda o modo como o local de trabalho está mudando, se tornando mais diverso com seus limites menos rígidos, em uma tentativa de combater as novas fontes de stress em 2022. A pesquisa aponta para uma crescente expectativa entre os trabalhadores de que o ambiente organizacional seja mais voltado para as pessoas.
Novas fontes de stress
Em 2020 e 2021 os níveis de stress relacionado ao COVID-19 disparou no ambiente de trabalho. Em 2022, a pesquisa realizada pela Headspace Health apontou que o stress geral causado pela pandemia do COVID-19 está recuando entre os trabalhadores, chegando a um nível ligeiramente menor do que os níveis pré-pandemia.
Entretanto, isso não significa que será um mar de rosas daqui para a frente. Pelo contrário. A pesquisa também detectou que os funcionários estão cada vez mais sentindo o stress brotar de novas fontes. Entre elas, as principais são:
- aumento da carga de trabalho
- falta de pessoal.
Após a “Grande renúncia”, as equipes ficaram mais enxutas, levando a uma pressão ainda maior para os funcionários que permanecem em suas posições. Isso tem contribuído, atualmente, para o aumento do burnout, que, por sua vez, está retroalimentando novas ondas de “renúncia”, ou pedidos de demissão, além de quebra na assiduidade e no engajamento dos funcionários.
Por exemplo, em 2021, mais de 70% dos funcionários relataram que faltaram ao trabalho devido a problemas de saúde mental. Apenas 28% dos funcionários relataram sentir-se “muito engajados” em seu trabalho. Apesar do estado generalizado de stress no trabalho, sua manifestação varia de pessoa para pessoa. Isso foi constatado no modo como ele afeta diferentes populações de funcionários. A pesquisa levantou que funcionários não-binários e com identificação feminina estão perdendo mais dias de trabalho por causa do stress e ansiedade neste ano do que seus colegas que se identificam como homens. Isto é, esses grupos apontaram o burnout como o principal estressor que afeta seu bem-estar mental e sua performance no trabalho.
Em 2022 a pesquisa também notou uma diferença marcante no número de dias em que os funcionários que ocupam cargos de liderança faltam ao trabalho devido à saúde mental. Isso é extremamente importante. Pois, no Colaboratório, acreditamos que uma das bases da implementação da cultura da aprendizagem é o envolvimento de cima para baixa na hierarquia organizacional.
Eis nossa primeira pergunta para você: se os líderes não adotam atitudes voltadas à sua própria saúde mental, como estabelecemos uma cultura de aprendizagem na qual os trabalhadores sejam intencionais, presentes, e plugados?
Os desafios do burnout
Inicialmente, os líderes nas organizações devem aprender a identificar o burnout, ou esgotamento de energia no trabalho, em si próprio e nos outros. Isso requer um trabalho árduo, sério e vagaroso de cuidado de si e do outro.
Ao mesmo tempo, o assunto já ocupa as preocupações dos líderes interessados em implantar uma cultura da aprendizagem. Principalmente a partir de 2019, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) oficialmente classificou o burnout como uma condição médica diagnosticável que,
“… resulta do stress crônico no ambiente de trabalho que não está sendo administrado com sucesso”.
Nessa esteira, o burnout é caracterizada por três dimensões:
- sentimentos de esgotamento de energia ou exaustão
- aumento da distância mental do trabalho, isto é, sentimentos de negativismo ou cinismo relacionado ao seu trabalho
- eficácia profissional reduzida.
Engana-se o líder que acredita que burnout se enfrenta simplesmente oferecendo regalias, favores ou até mesmo aumento salarial aos trabalhadores. O principal instrumento para o combate do burnout é uma cultura de educação e aprendizagem no ambiente de trabalho em que os trabalhadores se sintam valorizados e encontrem propósito e significado em suas atividades.
Consequentemente, emerge o valor da atividade de mentoria voltada à cultura da aprendizagem organizacional, baseada na:
- colaboração
- aprendizagem social ou mimética (social learning) de competências e habilidades
- oferta de plataforma de aprendizagem
- aprendizagem individual e organizacional
- performance
- transferência de educação e treinamento (engajamento/aderência e aplicabilidade)
- atitudes focadas na saúde mental
- resultado do core business.
A grande renúncia
Para muitos trabalhadores, o momento atual é de reflexão e reavaliação sobre como – e se – eles deveriam aparecer no local de trabalho. Neste terceiro ano de COVID-19, muitos funcionários ainda estão precisando lidar com as ramificações e consequências desta pandemia global. Como sabemos, ela revirou nosso modo de viver como estávamos habituados no dia a dia.
Na esteira destas reviravoltas, houve downsizing, porém, também foi grande o número de funcionários que optaram por sair total e livremente da força de trabalho. Este último movimento ficou conhecido como a “Grande renúncia”. Os funcionários estavam exaustos e precisando de apoio, físico e mental. Sobretudo, a “Grande renúncia” nos conta que eles tomaram a decisão de buscar novas oportunidades de trabalho em lugares que ofereçam experiências e desafios de aprendizagem e desenvolvimento pessoal e profissional.
Esse grupo, aponta a pesquisa da Headspace Health, está procurando empregos nos quais eles também encontrem um propósito de vida. Isso significa:
- carreiras que os inspirem
- locais de trabalho que os motivam
- empregadores que se esforçam para conhecê-los
- ambiente psicologicamente seguro que os façam prosperar
Saúde mental
Vejamos mais de perto este último ponto cima, isto é, um ambiente psicologicamente seguro. A edição de 2022 da pesquisa revelou que 30% dos funcionários dizem que seu trabalho os desencoraja ou realmente prejudica sua saúde mental. A pesquisa também revelou que estes funcionários são mais suscetíveis a deixar uma organização e, assim, deixar lacunas na linha de frente de trabalho em um ambiente no qual cada vez mais se disputa os talentos.
Eis a nossa segunda pergunta fundamental para a cultura da aprendizagem em vista da “Grande renúncia”: como os líderes podem criar uma cultura que se destaque como aquela da qual os funcionários querem fazer parte, e não correr dela? O ponto de partida da resposta é o apoio que os líderes devem oferecer a todo o espectro das necessidades de saúde mental dos trabalhadores. De acordo com a conclusão da pesquisa,
“[…] mesmo que você não esteja prejudicando a saúde mental dos seus funcionários, ainda é sua responsabilidade ajudar”.
Isso faz a cultura da aprendizagem avançar alguns pontos, pois, 81% por cento dos funcionários afirmaram que estão de acordo com o fato de que os empregadores têm a responsabilidade de ajudá-los a gerenciar sua saúde mental.
A Pesquisa
Acesse a pesquisa completa no site da Headspace Health.